data-filename="retriever" style="width: 100%;">Nuca depositei muito crédito na senda investigatória das comissões parlamentares de inquérito. Não bastantes as consabidas tendências daqueles seus componentes, pró ou contra investigados, fatos ou agentes, desimportantes a gravidade e efeitos de atos, ainda se acresce ao meu descrédito o despreparo técnico logo para investigar que acomete, invariavelmente, os pretensos investigadores.
Adoraria, francamente, que o monopólio do conhecimento científico e procedimental não pertencesse somente às polícias, como de fato só a elas sejam próprios, portanto quem única e efetivamente é capaz de algo elucidar.
Traz absoluta procedência que, por tal, para além da documentação que avoluma os autos de inquéritos em parlamentos, há tendenciosa cadeia de perguntas com explícitas tentativas de mais, bem mais, que alcançar a verdade, buscar atingir o lado partidário oposto. Tanto, que é exatamente em razão do exagero nessa postura que as CPIs sucumbiram à desmoralização, maior ou menor. Nem por isto, as considero dispensáveis, evitáveis ou mesmo inúteis.
Mais ou menos espetacular sua motivação para concepção, sua forma de condução, seja qual for a asneira perguntada e até a barbaridade da resposta expendida, alguma verdade sempre vem à superfície.
Se pelos depoimentos que têm tomado as atenções de toda a nação, ou de parte considerável delas, que seja! Ignore-se, literalmente, o interlocutor inquiridor, para então vislumbrar tão somente o que diz o depoente.
Exatamente isso: o rol de perguntas setoriais, direcionadas, intentando registros ao sabor das conveniências é completamente imbecilizante. As considerações e até conclusões externadas pelos que perguntam, então, beiram ou mergulham no achaque a quem depõe e a quem, como nós, acompanha em tempo real o que é manifestado a respeito da realidade que já se conhece e, pior, se vivencia, diuturnamente, por todo o País, ainda mais agora a respeito desta perniciosa, nefasta e assassina pandemia.
O que interessa mesmo são as satisfações por quem teve ou tinha a obrigação de agir, atuar, operar, fazer.
Se o fez a contento, não há pergunta a que sua resposta não faça se esvair na iniquidade. Já, se pecou, não há desculpa ou desconversa que exima quem quer que seja da consciência do vício. Ora, as resultantes estão aí, nas ruas, nos negócios ameaçados e/ou extintos, nos lares enlutados e nos nosocômios ainda lotados.
Diga quem te dizer o que deve ser dito em atenção à verdade, não a quem pergunta.
Eis a máscara primeira a cair para que então, as segundas, estas de tecido este ou aquele, simples ou duplas, reaproveitáveis ou descartáveis, e que somos obrigados a usar a todo o tempo, possam, enfim, ser abandonadas. É o primeiro passo, acho eu.
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Culpas